Parque Madureira |
O Rio
vive um momento parecido. Alguns dos projetos urbanos que estão em curso na
cidade se assemelham (e muito) com empreitadas bem sucedidas em muitas metrópoles
pelo mundo. O subúrbio do Rio ganhou esse mês o Parque de Madureira, a terceira
maior área verde da cidade. São 93 mil metros quadrados de área revitalizada. Onde
antes existia a linha férrea abandonada, verdadeiro ponto de crackeiros, hoje é
uma grande área de lazer com biblioteca, brinquedos, quadras poliesportivas e, é
claro, um espaço para shows dedicado ao samba, porque, afinal, estamos em Madureira.
High Line Park |
Não por
acaso, o Parque de Madureira é claramente inspirado no High Line Park de Nova
York. A nova atração verde da cidade conhecida pelo Central Park era na
verdade a linha férrea abandonada da cidade, também ponto de crackeiros e
marginais de toda sorte. Hoje é um imenso jardim suspenso, referência de lazer
e ponto de encontro de artistas da cidade que nunca dorme.
Isso de
fato não é moda nova, mas é uma onda sábia, estar atento as soluções urbanas de
grandes cidades e adaptá-las a nossa realidade. Temos uma infinidade de
exemplos ilustrativos de que copiar pode ser um bom negócio. Reproduzir espaços
que já foram testados e aprovados em outras cidades representam atalhos para municípios
com problemas de infraestrutura urbana como o nosso Rio.
Barcelona |
Barcelona
em 1992 apresentou ao mundo uma cidade totalmente revigorada para as
Olimpíadas. A prefeitura sabiamente elegeu as áreas mais degradadas da cidade para
receber as instalações dos jogos. Deu certo. Bairros perigosos e abandonados
pela municipalidade até então, deixaram de ser pobres e tornaram-se o point da
juventude catalã.
Lisboa |
Lisboa, em 1998, foi na esteira do vizinho. Recuperou a pior e mais distante área da cidade
onde estava o lixão e transformou-a no cartão de visita para a exposição
internacional de nações. As margens do Rio Tejo surgiu um dos bairros mais
modernos da Europa. Aonde o lixo se acumulava, hoje temos um parque de
exposições, um oceanário, um pavilhão de ciências, um shopping center e dezenas
de edifícios comerciais para alavancar o crescimento econômico de um novo
Portugal que se mostrava ao mundo.
Puerto Madero |
Buenos
Aires recuperou a sua zona portuária criando ali uma nova e moderna área de
lazer e negócios. O Puerto Madero, muito apreciado pelos turistas brasileiros, abriga
hoje bons restaurantes, a marina do Rio da Prata, diversos escritórios
comerciais e a melhor balada da cidade.
Docas de Belem |
Belem
do Pará com um projeto mais tímido imitou a transformação promovida pelos
hermanos com a revitalização das docas do antigo porto da cidade. Lá surgiu um
complexo gastronômico e cultural que congrega galerias, cinemas, restaurantes e
um parque de exposições.
Zona Portuária do Rio - projeção |
O Rio
não fica atrás. A ideia de demolir o elevado da perimetral para ali revitalizar
a zona portuária da cidade me parece uma decisão acertada da municipalidade. Devolver um dos sítios mais importantes da história do Brasil à importância e à preservação que nunca deveriam ter sido retiradas é um justo acerto de contas
com o passado recente dessa cidade, muito cruel com a importância do Rio e com
o nosso papel central de irradiar cultura e tendências para o país. É demasiado
grotesco termos sobre a Praça XV, uma referência da nossa história, um viaduto
como o Perimetral. Por mais importante que ele seja para o fluxo de trânsito da
cidade, as soluções urbanas cariocas tem o dever de preservar a beleza do Rio.
O caminho
é esse. Demorou, mas finalmente entendemos que boas ideias não precisam ser
inovadoras, originais. Boa ideia é repetir o que dá certo!
Fica muito claro que nada se cria, até porque as grandes metrópoles são hoje muito parecidas. O importante é avaliar se aquela boa ideia que transformou determinado lugar serve para a nossa cidade. Se for preciso, adapta-se. Mas o essencial é não deixar de fazer!
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