Gerar ideias é pensar fora da caixa. É não guardar para si iniciativas e soluções que podem ajudar ao outro e servir a coletividade. É nunca se acomodar. Geração de Ideias é um blog que compartilha informação e conhecimento, mas também é um espaço de criação. Nosso foco é captar tendências, apresentar novidades, que discutidas podem transformar a nossa vida. Esse é o forum que permite o encontro das boas ideias aonde quer que elas estejam. Vamos lá?


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Pedalada Verde

Quem não curte dar uma volta na magrela? Tenho a convicção de que as bikes são a solução para caótico trânsito das grandes cidades. As ciclovias podem representar uma alternativa possível à mobilidade urbana, além de promover uma opção limpa de transporte e proporcionar uma vida saudável ao usuário.
    O Rio de Janeiro é a capital brasileira que possui a maior malha cicloviária do país. São 270 km de agradáveis pedaladas pela cidade, a maioria deles na zona sul. Está bem longe dos 29.000 km de ciclovia da Holanda, o país das bicicletas, mas estamos no caminho certo, ampliando ciclovias no sentido zona norte e oeste  e implementando iniciativas interessantes como a locação de bicicletas.
    O Rio não está só. O designer carioca Flávio Deslandes desenvolveu uma bicicleta feita de bambu. Mais resistente 17% que o aço, o bambu tem a leveza do alumínio, sem os danos ambientais da sua fabricação, além de grande eficiência aerodinâmica e um enorme ativo ambiental e social, uma vez que o bambu emite oxigênio enquanto cresce e emprega mais de dois bilhões de pessoas no mundo.
    A prefeitura de São Paulo contratou o designer para desenvolver o projeto Escolas de Bicicleta, capacitando jovens da cidade para fabricar 4600 bambucicletas que serão usadas pelos alunos da rede municipal de ensino, treinados para pedalar com segurança no trajeto casa-escola-casa.
   Em tempos de Rio +20, iniciativas como essa revolucionam pela simplicidade e inovação. Elas demonstram que a adoção de posturas individuais, quando incentivadas em escala, produzem resultados mais práticos e efetivos do que as longas rodadas de negociação diplomática, projetam soluções para um amanhã distante, enquanto o hoje agoniza à espera de respostas num mundo com seu futuro incerto e comprometido.
    Governos podem fazer muito mais do que tem feito, mas sou filiado à corrente que acredita que as pessoas podem mais e não precisam esperar que os governos façam a sua parte para sair da inércia. Temos que tomar a frente no processo de migração da matriz de transporte atual para um novo modelo de mobilidade urbana. 
    Quanto maior for o número de bikes nas ruas das grandes cidades, maior será a pressão sobre o poder público de criar uma estrutura adequada para acompanhar essa mudança. 
    Pense nisso, dê a primeira pedalada em direção a um mundo melhor!

sábado, 16 de junho de 2012

AFINAL, DE ONDE VEM AS BOAS IDEIAS?


Dá uma olhada nesse vídeo.


O NOVO JOÃO E O VELHO IMPERATOR

        Em 12 de junho de 2012, dia dos namorados, o Rio - especialmente a Zona Norte, recebeu um grande e esperado presente. A data marcou a inauguração do mais novo espaço cultural da cidade. O Centro Cultural João Nogueira, ou para os mais íntimos, o antigo cinema Imperator.
        Aberto em 1954, considerado à época como o maior cinema da América latina, o cine Imperator provocou um enorme espanto na comunidade com os seus 2400 lugares e o seu tamanho monumental, transformando o jovem bairro do Méier no grande pólo de entretenimento da Zona Norte. Reunia as famílias, casais de namorados e toda a gente apinhada no interior da sala, ávidos para assistir as chanchadas da Atlântida ou os astros de Hollywood influenciando toda uma geração de jovens com o seu comportamento “transviado”, provocando um enorme alvoroço com as lambretas estacionadas na porta do cinema, com moças e rapazes, todos querendo ser um pouco Elvis Presley, James Dean ou Marilyn Monroe.
        Nesse ritmo passaram-se exatos 32 anos de intensa exibição de filmes para todos os públicos, até que, em 1986, o cine Imperator fechou as portas pela primeira vez. Era o desfecho de uma grave crise de público nos cinemas de rua, que trocou a agitação do calçadão na porta do cinema pelo conforto e segurança das pequenas salas dos shopping centers, uma alternativa que chegou para ficar.
        Passados cinco anos do seu fechamento, o cine Imperator surpreendeu a todos mais uma vez com a sua reinauguração, agora em novo formato, o de casa de espetáculos. Coube a ninguém menos que Shirley MacLaine a tarefa de retomar a tradição e o brilho no primeiro de muitos shows memoráveis que ocorreram na casa. De Bob Dylan a Tom Jobim, todos reforçaram a vocação do espaço que nasceu para abrigar os grandes espetáculos da cidade junto com o querido Canecão.
        O glamour e as luzes do Imperator apagaram-se rápido. Em 1995, a casa fechou as portas pela segunda vez sem perspectiva de reabertura. A crise financeira era grave. Maior ainda era a preocupação do seu público de ver o cine Imperator transformado em templo religioso, fenômeno dos anos 90 que praticamente acabou com os cinemas de rua. O tempo passou. Infelizmente nos acostumamos a ver o cine Imperator fechado. Pior: uma geração de moradores do Méier sequer o viu funcionar. O bairro estava em transformação, decadente. Nossa forte inclinação comercial definhara com o tempo. As grandes lojas, âncoras comerciais, deixaram o bairro e o Imperator, é claro, não agüentou este baque.
        Para alívio da comunidade, em 2002, o então Governador Anthony Garotinho desapropriou o local com a promessa de transformá-lo em centro cultural. Era um fio de esperança. A promessa não foi cumprida, é obvio, mas tínhamos a certeza de que o cine Imperator jamais viraria igreja. O Governador com este ato impediu para sempre que o grande templo da cultura na Zona Norte se transformasse em mais um teatro da fé.
        A nossa esperança continuava intacta. Não havia projetos, ideias capazes de retomar o cine Imperator. Como pode um espaço cultural no coração da Zona Norte, com a tradição e o tamanho do Imperator ficar fechado por tanto tempo? Nunca saberemos responder esta pergunta. No entanto, quis o destino ou o simples acaso que a campanha eleitoral para a Prefeitura do Rio passasse pelo Méier. Foi o momento de dar a virada. Todos os candidatos comprometeram-se com a construção de um novo centro cultural para a região, agora com o nome de João Nogueira, músico, compositor, figura intimamente ligada ao Méier, lugar onde morou, criou o Clube do Samba e tornou-se embaixador do bairro na boemia carioca.
        Finalmente, em 2010, os projetos para a construção e o lançamento do edital de licitação estavam prontos. Em junho de 2012, a Prefeitura do Rio oferece aos cariocas o maior centro de cultura e lazer da Zona Norte. Um presente para o Méier recuperar o seu verdadeiro tamanho, sua capacidade de irradiar cultura e tendências para todo o subúrbio.
O Centro Cultural João Nogueira pode e deve interromper a trajetória descendente que o bairro traçou nos últimos 20 anos. Nada melhor do que cultura para dar essa guinada. O novo espaço contará com uma sala de espetáculos, três salas de cinema, áreas para exposição, livraria, midioteca, cybercafé, restaurante e espaço para o acervo de João Nogueira. Foram 28 milhões de reais investidos na obra que vai mudar a cara do Méier. Não só um centro cultural, mas também uma casa que vai recuperar o velho Imperator na memória afetiva de muitas gerações que por lá passaram.
 Estamos na torcida, contando os dias para que as luzes novamente se acendam na Rua Dias da Cruz, que as cortinas se abram para o público confiante de que desta vez é pra valer, que viramos a página, com a esperança de que essa porta jamais se fechará.

Até a próxima!

GERANDO IDEIAS


Olá,
    De uns tempos para cá o comichão da internet me pegou de vez. A curiosidade pelos caminhos dessa rede me levou à construção do meu site e agora do blog que começamos juntos, dividindo as boas ideias que povoam as nossas mentes. O vento que sopra as boas ideias produziu verdadeiras tormentas na história do homem. São paradigmas que marcam nossas vidas entre o antes e o depois, um divisor de águas na linha do tempo. Da caravela ao ônibus espacial, da roda ao automóvel, do microscópio à clonagem, todos são exemplos claríssimos do poder transformador de uma boa ideia.
    A internet sem dúvida pertence a esse rol. Na verdade está além. Sua capacidade de ser um invento em si, como também um instrumento a serviço da produção de conhecimento, da expansão da comunicação e da aproximação das relações humanas, mesmo que virtualmente, aprofundam o sentido multiuso da internet, de fazer mágica através do teclado e de reduzir qualquer distância no planeta a um simples click.
    No sec. XVIII, Rousseau, Voltaire, Montesquieu e seus parceiros no iluminismo compartilharam ideais que impulsionaram o mundo ocidental para as revoluções da razão e da liberdade. De Paris a Ouro Preto, a boa nova se espalhou graças a um traço comum que marca toda a boa ideia: a conectividade. O que dá vida a boa ideia é o potencial que temos de compartilhá-la, aperfeiçoá-la. Boas ideias podem ser divididas, completadas com a participação de todos nós, pessoas interessadas mais em soluções do que em problemas. A internet é o salão francês do sec. XXI, um salão sem fronteiras. Esse é o fórum que permite o encontro das boas ideias aonde quer que elas estejam. Começa agora!